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BALANCA COMERCIAL: Salvacão este ano vai ser o agronegócio

Data: 13/05/2010 00:00

Pilar da balanca comercial desde meados da década passada, a exportacão de produtos do agronegócio será neste ano, mais do que nunca, a salvacão do saldo comercial do País. O superávit proporcionado pelas exportacões do agronegócio previsto para 2008 deve atingir US$ 52,2 bilhões, quase o dobro do projetado para o saldo da balanca comercial brasileira, de US$ 28 bilhões, segundo cálculos da RC Consultores. No ano passado, o superávit do agronegócio foi de US$ 42 bilhões, só US$ 2 bilhões acima do saldo positivo da balanca comercial como um todo, de US$ 40 bilhões.


Cenário positivo - Precos recordes de commodities, especialmente de soja e carnes, devem garantir o excelente desempenho das exportacões do setor. A estimativa é de que as vendas externas do agronegócio somem US$ 60,5 bilhões em 2008, US$ 12 bilhões a mais que no ano anterior e 32% das exportacões totais da balanca comercial, projetadas em US$ 190 bilhões. Por enquanto, o cenário é positivo para o Brasil porque o mundo continua crescendo e consumindo mais alimentos, o que sustenta cotacões em alta dos produtos agropecuários. Mas os reais problemas de falta de competitividade das exportacões brasileiras de manufaturados, provocados pelo câmbio valorizado e pela falta de uma política industrial, podem aparecer na forma de déficits comerciais crônicos, quando a economia global desacelerar e a bolha de especulacão dos precos de commodities estourar, cenário que ainda não está previsto para este ano, dizem analistas.


Contribuicão - 'Se não fosse o desempenho do agronegócio, a situacão externa estaria mais complicada hoje ', diz o diretor da RC Consultores e responsável pelas projecões, Fabio Silveira. Ele observa que a contribuicão do agronegócio para o superávit da balanca deve aumentar significativamente este ano, a ponto de ser suficiente para cobrir com folga o déficit comercial recorde projetado para os bens de capital, de R$ 27,6 bilhões, e o saldo negativo de petróleo e derivados (R$ 11,4 bilhões). 'Só preco das commodities tem contribuído positivamente para a desempenho da balanca comercial, e isso é perigosíssimo porque não temos alternativas se a conjuntura mundial mudar ', afirma o vice-presidente da Associacão de Comércio Exterior do Brasil (AEB), José Augusto de Castro. 'É exatamente aí que mora o perigo. Se houver um furo na bolha de especulacão das commodities, o saldo comercial poderá se reduzir bastante ', observa Silveira.
Recuo - Castro sustenta a avaliacão de que os precos em alta estão garantindo o desempenho da balanca comercial baseado numa lista de 18 commodities agrícolas e metálicas. De acordo com a relacão, todas essas commodities subiram em dólar no mês passado na comparacão com igual período de 2007 e dois tercos delas tiveram queda nas quantidades exportadas, na mesma base de comparacão. No rol das maiores quedas de quantidades estão o óleo de soja e a carne bovina. Em junho, as quantidades exportadas de óleo de soja recuaram 27,3% ante igual período de 2007. O aumento nos precos em dólar do produto foi de 81%.


Carne - No caso da carne bovina, o acréscimo dos precos em dólar no mês passado foi de 57,3% em relacão a junho de 2007 e queda de 25,7% nas quantidades enviadas ao exterior. Para este ano, a RC Consultores projeta que as carnes (bovina, suína e de aves) isoladamente vão responder por quase 22% do saldo comercial do agronegócio e a soja em grão, por cerca de 21%. Juntos, garantirão quase 80% do superávit da balanca comercial. (O Estado de S. Paulo)

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