Combate à praga da soja projeto de controle biológico
Data: 27/01/2020 00:00
Autor: CORREIO DO ESTADO
Pesquisadores estão estudando a utilização de um parasitoide para o combate do percevejo marrom nas lavouras de soja. O estudo já tem vários testes realizados, em que os resultados iniciais são a redução da aplicação de defensivos químicos nas lavouras e também do custo de produção dos grãos pelos produtores. O Projeto de Controle Biológico é desenvolvido pela Fundação MS, em parceria com o Sicredi.
Com a conclusão da semeadura da soja, finalizada em dezembro do ano passado, e com a soja entrando no processo de formação de vagem e iniciando floração, os cuidados em relação à presença de pragas nas lavouras devem ser redobrados. Uma das principais preocupações dos produtores de Mato Grosso do Sul é com o percevejo marrom.
De acordo com o presidente da Central Sicredi Brasil Central, Celso Figueira, é necessário investir no agronegócio, na difusão de tecnologias. "Quando conhecemos o projeto, vimos que poderia aumentar a produtividade e diminuir custos da produção, sem contar a seriedade em que é realizada a pesquisa. Atendendo ao sétimo princípio do cooperativismo, que é o interesse pela comunidade, o Sicredi apoia iniciativas de pesquisa, desenvolvimento e tecnologia que refletem em desenvolvimento econômico e social para toda a população e agrega renda ao nosso associado", afirmou.
Após a abertura da feira de tecnologias voltada para os agronegócios, a Showtec, no dia 22 de janeiro, em Maracaju, a Sicredi Central renovou parceria com a Fundação MS para início da terceira fase das pesquisas voltadas ao controle do percevejo marrom, uma das pragas mais agressivas das lavouras de soja. Por meio da parceria, são desenvolvidas pesquisas para o combate biológico do inseto, colaborando para o controle natural, com redução do uso de inseticidas, o que, além de beneficiar o produtor, assegura maior proteção ao meio ambiente.
"Desde que tomamos conhecimento deste projeto, vimos a oportunidade de fortalecer o princípio cooperativista, com atenção à comunidade, gerando ganhos não só ao produtor, mas a toda população, por meio de um projeto que estimula benefício econômico e melhoria ao meio ambiente. Trata-se de uma ação que pode ser disseminada futuramente a outras regiões", analisou Figueira.
A técnica de combate é o desenvolvimento de larvas da vespa, com poder de combater o desenvolvimento da praga. A parceria das duas instituições proporcionará resultados muito maiores no desenvolvimento deste estudo que os positivos que já vem apresentando em seus primeiros experimentos, feitos inicialmente em pequenas áreas isoladas de Mato Grosso do Sul.
O estudo realizado verificou que esta técnica de combate ao percevejo com o uso das larvas reduziu 66% das aplicações de inseticidas para controle de lagartas e 50% para o controle de percevejos no primeiro ano de estudos, enquanto que no segundo ano de estudos a redução da utilização de inseticidas foi da ordem de 80% para o controle de lagartas e de 33% para o controle de percevejos, sem comprometer o rendimento de grãos.
"No ano passado, já tivemos os primeiros resultados: as vespas foram soltas nas lavouras de soja e combateram a praga. Isso dá economia ao produtor e reduz a poluição com menos inseticidas, porque é um combate orgânico. Nós estamos falando nos testes que fizemos com a Fundação; se você faz um ciclo de safra de soja com seis aplicações de defensivos agrícolas, talvez você resolva em duas aplicações", concluiu Celso Figueira.
As informações geradas na pesquisa serão disponibilizadas de maneira gratuita aos produtores rurais de todo o Estado, por meio dos seminários de apresentação de resultados de safra e safrinha, dias de campo de safra e safrinha em Maracaju e, posteriormente, no Portal do Associado da fundação Ms.
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