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Cooperativas se destacam frente às exportacões brasileiras

Data: 13/05/2010 00:00

As exportacões das cooperativas brasileiras tiveram melhor desempenho no primeiro trimestre de 2009, quando comparadas aos totais exportados pela economia brasileira. Segundo a Gerência de Mercados da Organizacão das Cooperativas Brasileiras (OCB), responsável pelo estudo, os reflexos da crise financeira internacional foram observados pelo setor, com queda de 12,25% nos valores exportados, em relacão ao mesmo período de 2008, porém com menor retracão que os resultados das vendas externas do País, que tiveram diminuicão de 19,52%.   

A análise, que tem como base dados da Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), mostra que as cooperativas exportaram US$ 668,4 milhões de janeiro a marco deste ano, contra US$ 761,7 milhões em 2008. Observam-se ainda menores indicadores nas quantidades comercializadas, 10,23% menos que no primeiro trimestre do ano anterior.  Já o valor recebido em reais, pelos embarques do setor ao exterior, atingiu R$ 1,55 bilhão, em conseqüência da elevacão da taxa de câmbio, registrando aumento de 16,87%. 

Balanca comercial - Seguindo os dados apresentados pela economia brasileira, as importacões das cooperativas registram valores menores que as exportacões neste trimestre, em comparacão ao mesmo período em 2008. No acumulado de janeiro a marco de 2009, o saldo atingiu o montante de US$ 584 milhões, com queda de 7,9%.  Em 2008, foram importados US$ 127,4 milhões, registrando um superávit da balanca comercial de US$ 634,3 milhões, quando comparado a 2007.

Produtos exportados - O complexo soja, que engloba o grão, o óleo e o farelo, apresentou maior participacão nas vendas diretas das cooperativas brasileiras, representando 29,49% das exportacões totais. Na seqüência figuram o setor sucroalcooleiro (24,81%), que corresponde aos acúcares e ao álcool etílico, e as carnes (18,69%). O café, cereais (milho, trigo, arroz e cevada), algodão e leite e laticínios aparecem na seqüência, com representacões de 13,49%, 4,05%, 3,56% e 1,82%, respectivamente.

Líder nas vendas das cooperativas ao exterior, o complexo soja somou um total de US$ 197,1 milhões entre janeiro e marco de 2009, crescimento de 7,23% em relacão ao primeiro trimestre de 2008, quando foram embarcados US$ 183,8 milhões. Os grãos apresentaram lideranca no setor, representando 48% do total (US$ 94,3 milhões).

Quanto ao complexo sucroalcooleiro, o destaque ficou para os acúcares, com uma participacão de 59% no primeiro trimestre de 2008 (US$ 86,4 milhões) e de 91% em 2009 (US$ 150,9 milhões). As vendas externas desse grupo de produtos registraram crescimento de 13,5%, com um total de US$ 165,8 milhões.

Mercados de destino - A Alemanha aparece em primeiro lugar entre os mercados de destino dos produtos cooperativistas no primeiro trimestre de 2009, com US$ 74,8 milhões, frente a US$ 92,4 milhões em 2008, registrando uma retracão de 19%.  

No mesmo período, foi observado crescimento nas aquisicões feitas pela China, que tem como meta dobrar os seus estoques de soja e, logo, elevou os embarques de grãos provenientes das cooperativas em 57,11%. Os Países Baixos, seguindo essa linha, mostraram incrementos nos embarques de soja em grão (+145,56%), farelo de soja (+75,67%) e café verde (+53,12%). A Arábia Saudita também influenciou positivamente no resultados das exportacões nesse período, com crescimento de 102,75% frente a 2008, puxado pelas compras de US$ 58,49 milhões (+167,98%).

Ao mesmo tempo, a desaceleracão econômica provocada pela crise resultou em decréscimos nas importacões de outros países como Japão, Rússia, Espanha, Franca e Itália. Os principais produtos afetados foram as carnes (-33,09%), os cereais (-76,16%), leite e laticínios (-54,11%), produtos manufaturados (-55,65%) e hortículas (-22,65%).

Principais estados - Paraná aparece liderando as exportacões das cooperativas brasileiras no primeiro trimestre de 2009, com uma parcela de 39,9% do total, um valor absoluto de US$ 267,1 milhões de toneladas, e uma pequena queda de 0,86% em relacão ao mesmo período em 2008.

Em seguida, aparecem São Paulo, com crescimento de 15,23%, atingindo US$ 161,1 milhões, frente US$ 139,8 milhões de janeiro a marco de 2008; Minas Gerais, com elevacão de 10%, registro de US$ 99 milhões e participacão de 14,8% do total; e Mato Grosso, apresentando exportacões de US$ 52,4 milhões e significativo aumento, de 162,2%.

Perspectivas - Para se tracar uma perspectiva do resultado das exportacões do setor cooperativista no fechamento de 2009, é preciso aguardar o final do primeiro semestre, quando poderá ser feita melhor avaliacão. Mas, num primeiro momento, a expectativa é manter os valores alcancados em 2008, ou seja, um total de US$ 4 bilhões. Quanto aos produtos, espera-se manutencão do ritmo forte registrado pela soja, seguida pelo acúcar, também com recuperacão das carnes.  

Outras consideracões- As atencões são voltadas para os indicadores econômicos no mundo e aos possíveis impactos da crise mundial na atividade interna dos países desenvolvidos e em desenvolvimento. Além disso, as barreiras não-tarifárias, as oscilacões nas cotacões das commodities e da taxa de câmbio também tendem a impactar o resultado das relacões comerciais das cooperativas ao longo de 2009. Soma-se a isso, custo Brasil, revelado pela infra-estrutura insuficiente e a elevada carga tributária, que inibe investimentos.

 

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