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Cooperativistas defendem modelo de negócios como impulsionador da economia

Data: 27/10/2022 09:19

Autor: OCB

A constância nos negócios dos mais variados ramos do cooperativismo tem ajudado de forma significativa a retomada econômica do país. Nesta terça-feira (25), em live promovida pelo Sistema OCB, o ministro da Economia, Paulo Guedes e seu assessor especial de estudos econômicos, Rogério Boueri, explicitaram o papel do cooperativismo como agente de desenvolvimento mesmo diante da crise sanitária provocada pela Covid-19 e a guerra na Ucrânia.

“Reconhecemos nossa força e, por isso, temos uma linha estratégica para nosso movimento. Até 2027, pretendemos movimentar R$ 1 trilhão e saltar dos atuais 18,8 milhões de cooperados para 30 milhões, é o Desafio BRC 1 Tri de Prosperidade. Queremos levar o bem promovido pelo cooperativismo não apenas para nossos associados, mas para o fornecedor, o cliente e o funcionário. Queremos um país feliz e próspero. O ministério, por sua vez, tem ouvido nossas demandas e acredito que seja porque atuamos com integridade, transparência e diálogo. Agradecemos o apoio ao nosso movimento”, afirmou o presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas na abertura da live.

O dirigente agradeceu à equipe técnica do Ministério da Economia e ao presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. “Queremos somar energias positivas para fazer um mundo melhor por meio de um cooperativismo mais forte”.

O ministro Paulo Guedes considerou “belíssima a meta” proposta pelo Desafio BRC 1 Tri e afirmou que o cooperativismo “é o caminho da prosperidade pela dimensão social e econômica que possui”. Segundo ponderação de Guedes, “as cooperativas atuam e têm sucesso em diversos segmentos por terem inteligência nos negócios”. Ele reforçou que para replicar as boas ideias do movimento mais cooperativas deveriam ser criadas.

“As instituições estão se aperfeiçoando e o cooperativismo está cada vez mais forte. Nosso objetivo é ter dezenas de milhares de cooperativas nas áreas de crédito, saúde e tantos outros segmentos. Vamos continuar apoiando”.

Indagações

Para representar as cinco regiões brasileiras, participaram da live os diretores da OCB, Remy Gorga (Centro-Oeste), José Roberto Ricken (Sul), Ronaldo Scucato (Sudeste), André Pacelli (Norte) e Ricardo Khouri (Nordeste). Eles levantaram questionamentos esclarecidos pelo subsecretário de Política Agrícola e Meio Ambiente do Ministério da Economia, Rogério Boueri.

Remy Gorga indagou sobre a desoneração da folha, em especial, no que reflete perdas para o Serviço Nacional de Aprendizagem Cooperativista (Sescoop), que integra o Sistema S. Na oportunidade, o dirigente questionou sobre os investimentos em infraestrutura logística; e sobre o entendimento do ministério acerca do acesso das coops ao mercado de seguros com amplitude.

“O Sescoop é importante tanto no apoio à gestão, como na capacitação de nossas cooperativas. Então, quando se fala em desoneração, logo nos preocupamos. Em relação à logística, temos um agro produtivo da porteira para dentro. Aqui no Centro-Oeste temos utilizado o Arco Norte [segundo maior porto de saída de grãos exportados] para reduzir nossos custos de exportação. Por fim, a atuação das cooperativas no mercado de seguros tem potencial forte. Como isso é observado pelo ministério?”, perguntou Gorga.

O secretário Boueri declarou que, sobre o Sistema S, nada impede que a alíquota seja alocada em outra parte do orçamento e que “ela não vai desaparecer”, tranquilizou. “Os investimentos em infraestrutura estão espremidos, porque não resolvemos os problemas de desvincular parte do orçamento, que em geral está comprometido com despesas obrigatórias. Necessitamos de reformas que sanarão estas questões orçamentárias e, logo, os gargalos da infraestrutura logística”.

Sobre o mercado de seguros, Boueri dise que o ministério tem boas impressões e que já há iniciativa neste sentido. “Temos uma coletânea de propostas dos principais atores no mercado de seguros, que serão transformadas em projetos ou medidas provisórias. Convido o Sistema OCB a oferecer suas contribuições no evento que vamos realizar em breve”.

Agro

José Roberto Ricken cobrou modernização do sistema do crédito rural, bem como outras formas de financiamento para o agro “em níveis viáveis para ganharmos escala fora do país”.  Boueri destacou que “investimento é a mola do desenvolvimento” e que, fora o crédito rural, há de se criar novas formas de financiamento para as coops se desenvolverem nos moldes do Fiagro.

Ato Cooperativo

Ronaldo Scucato perguntou qual a melhor forma de tornar o adequado tratamento tributário ao ato cooperativo realidade e sobre a efetivação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA).  Boueri falou que se a competência fosse apenas do ministério, o IVA já estaria implementado, bem como já teria unido os impostos estaduais e municipais. Em relação ao ato cooperativo, ele defende a particularidade do modelo de negócios cooperativista e considera equivocada a bitributação.

Saúde

André Pacelli fez considerações acerca do Ramo Saúde. Ele apresentou dados da atuação da Unimed durante a pandemia e explicitou que toda a estrutura está a serviço do país. “Há alguma possiblidade de desoneração da folha para essas coops? Temos hospitais em fase de construção e precisamos de investimentos que poderiam ser feitos por meio de fundos constitucionais capitalizados por coops de crédito e repassados para nós”.

O secretário disse que um caminho seria a substituição da contribuição previdenciária, mas a atual legislação impede a utilização deste dispositivo. “Em uma eventual reforma tributária pretendemos reduzir a oneração das folhas para fazer uma reforma correta e equitativa de forma a abranger vários setores. Temos 175 projetos neste sentido tramitando no Congresso. Por outro lado, estudamos novos mecanismos e estudamos resoluções do Conselho Monetário Nacional para facilitar esses caminhos”.

Crédito

Já Ricardo Curi indagou sobre as novas possibilidades de aumentar o protagonismo das cooperativas de crédito. “Nossa natureza vanguardista vem se destacando, tanto que em 274 municípios somos a única instituição financeira. Como o Ministério enxerga isso?”

“Percebo que há possibilidade de uma atuação em conjunto com o Banco Central nesse sentido. A carteira de crédito cooperativista cresceu 36%, é mais que o dobro da carteira do Sistema Financeiro Nacional no mesmo período. Então, nossa intenção é apoiar o cooperativismo financeiro retirando tudo o que é indevido e que atrapalha seu desenvolvimento”, finalizou Boueri.

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