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Economia de baixo carbono e ESGCoop são divulgados em cúpula internacional

Data: 31/10/2022 10:11

Autor: OCB

A expressividade do cooperativismo brasileiro dentro e fora do país foi destaque em apresentação realizada durante a VI Cúpula Cooperativa das Américas, nessa terça-feira (25). A gerente geral do Sistema OCB, Fabíola Nader Motta, falou sobre como o cooperativismo vem se consolidando como ferramenta para a economia de baixo carbono. Os números do AnuárioCoop 2022 foram divulgados aos participantes. Com 18,8 milhões de associados, 4.880 de cooperativas e 493 mil empregos gerados, o coop brasileiro movimentou, em 2021, R$ 784,3 bilhões de ativos.

“No Brasil, nossos negócios têm levado desenvolvimento para toda as comunidades onde estamos inseridos. Nossa produção agropecuária conta com mais de 8 mil técnicos que atendem e capacitam 84% dos nossos produtores cooperados. Ao considerarmos os produtores fora do movimento coop, o percentual cai para 24%. O compromisso em levar prosperidade tem retorno, pois a maioria de nossos agricultores (71,2%) têm perfil de agricultura familiar. O coop agro abastece o Brasil e o mundo, pois o trabalho deles representa 53% das exportações brasileiras de grãos, para mais de 100 países”, iniciou a gerente.

Ela demonstrou que, na produção brasileira, as coops são responsáveis por 75% do trigo, 52% da soja, 55% do café, 46% do leite, 53% do milho, 35% do arroz, 43% de feijão e 50% de carne suína. “Produzir com sustentabilidade é uma característica das cooperativas agro”, complementou ao afirmar que elas são, de fato, instrumentos para garantir a segurança alimentar mundial. “Nossa participação internacional é expressiva. Somos os primeiros na demanda por suco de laranja, soja, açúcar e café. Ocupamos a segunda posição no ranking de exportações de carne bovina; e a terceira em carne de frango, algodão, milho e azeite de soja. Tudo com muita qualidade e sustentabilidade".

Contribuições ambientais

No que tange as questões de sustentabilidade e meio ambiente, as contribuições que o Sistema OCB oferece para o Parlamento, Governo e seus órgãos vem ajudado nas reformulações e aplicações de normas. Por meio de participação em conselhos consultivos, ou acionado por parlamentares, Fabíola destacou que o Sistema participou da elaboração das políticas de mitigação das mudanças climáticas; da criação do Plano de Agricultura de Baixo Carbono (Plano ABC), do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa); da reformulação do Código Florestal; além de capacitação e formação de milhares de produtores rurais com viés de sustentabilidade.

“Na questão energética, temos 540 cooperativas que atuam com plantas renováveis. Elas produzem o suficiente para abastecer 1,2 milhão de residências e as projeções para os próximos anos são consideráveis. O uso de tecnologias, para sequestro de carbono e gases que contribuem para o chamado efeito estufa, está presente em 50 milhões de hectares ocupados por cooperativas que já impediram que 170 milhões de toneladas de carbono chegassem à atmosfera. Em outro aspecto, a carteira de Green Bonds [créditos verdes], do Sicredi [coop de crédito] já alcançou U$ 1 milhão, em 2021”, assegurou.

ESGCoop

A famosa sigla presente no universo corporativo ESG, que significa o cuidado ambiental, a responsabilidade social e as boas práticas de governança, também está presente no coop brasileiro e ganhou destaque na apresentação da gerente geral. “Essas estratégias estão presentes no cooperativismo desde sua origem, está no DNA do nosso modelo de negócios. O que estamos fazendo agora é criar nossas próprias métricas. O ESGCoop conta com quatro pilares até o momento: o mapeamento das ações já realizadas pelas coops; definição e organização de indicadores conectados ao modelo de negócios; a escolha de caminhos coletivos para evoluir e gerar o maior impacto positivo para todos; e a formação de líderes ESG”, concluiu a gerente.

Representação internacional

O presidente do Sistema OCB, Marcio Lopes de Freitas, liderou a participação da delegação brasileira formada por dirigentes cooperativistas dos estados de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Distrito Federal.  O presidente se reuniu ainda com representantes de diversos países para tratar de questões relacionadas as tecnologias aplicadas na agricultura, desenvolvimento sustentável e inovações para o segmento.

Freitas também aproveitou a oportunidade para agradecer aos dirigentes americanos pelo apoio maciço que recebeu quando foi eleito para compor o Conselho Administrativo da ACI Mundial com o maior número de votos entre os candidatos.

A Cúpula

A VI Cúpula Cooperativa das Américas aborda o tema “O compromisso cooperativo de reconstruir e cuidar de nossa comunidade local e global”. Com painéis divididos em três eixos: Identidade Cooperativista; Reativação e Integração Econômica; e Sustentabilidade e Mudanças Climáticas, os participantes debatem, até esta quinta-feira (27), os desafios e oportunidades para o cooperativismo mundial cumprir seu papel essencial, que é “levar prosperidade para todos”, segundo o presidente Marcio.

“As desigualdades estruturais na América Latina continuam sendo um grave obstáculo para a construção de sociedades mais resilientes. Nossas cooperativas têm cumprido papel relevante na atenção de múltiplas necessidades emergentes diante desse cenário criado pela pandemia e pela guerra entre Rússia e Ucrânia. As cooperativas são estratégicas para a construção da igualdade, pois estão centradas no crescimento econômico, na distribuição de riquezas, democratizam as oportunidades de trabalho e geram prosperidade nas comunidades sem olhar gênero ou classe social”, declarou a presidente da ACI Américas, Graciela Fernández Quintas.

O presidente da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), Ariel Guarco, endossou a fala de Graciela e acrescentou: “Temos muito a oferecer no que diz respeito aos sistemas agroalimentares, energéticos, transição digital e cuidado com o meio ambiente, com as pessoas e com o futuro do trabalho. Todos os temas tratados aqui na cúpula reforçam que temos as melhores propostas para que produtores e consumidores trabalhem juntos na transformação e democratização do sistema agroalimentar, em especial, como recomenda a FAO [Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura]”.

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