Em time que está ganhando se mexe, sim!
Data: 03/08/2017 00:00
Autor: OCB
Fátima foi enfática ao dizer que as empresas (e pessoas) que não se planejam assumem o riso de “não saber onde vão parar” e isso, no mundo dos negócios, pode até significar a sobrevivência da organização. “Quando sabemos para onde vamos, bate um vento favorável e chegamos mais rápido”, argumenta.
Sobre o jargão “em time que está ganhando não se mexe”, a consultora foi categórica: “(...) é uma bobagem, porque os seus concorrentes estão olhando para você, tentando fazer melhor. Se você não mexer no seu time, seu concorrente mexe no dele. Quer saber o resultado do jogo? A concorrência ganha, porque ela vai inovar antes de você.”
É doutora em Antropologia do Consumo pela FFLCH-USP e mestre em Administração de Empresas pela EAESP-FGV, tendo concluído o curso na Melbourne Business School (MBS), Austrália. Ela é, ainda, graduada em Economia pela FEA-USP e Filosofia pela FFLCH-USP. Atua como consultora em planejamento estratégico, Balanced Scorecard, reposicionamento e gestão de marca e é professora de Planejamento Estratégico, Cenários e Tendências.
Planejamento é fazer escolhas. São elas que vão nos ajudar a chegar no lugar onde escolhemos, no passado, estar, no futuro. Então, falar de planejamento é falar de priorização com foco em um objetivo, uma meta que também foi escolhida.
Todos podem ser estrategistas, desde que se preparem para isso. Há casos, por exemplo, de pessoas que são estrategistas natos, pois conseguem trabalhar com longo prazo, visualizando as incertezas e lidando com elas de uma maneira menos estressante e mais natural.
Agora, quem não nasceu estrategista, pode se apropriar das técnicas. É possível encontrar metodologias que nos permitam pensar como será o longo prazo. Aliás, vale deixar claro que exercício estratégico é o mesmo que ter visão. É projetar aquilo que se pretende ser ou estar, em um horizonte “x”, cheio de incertezas. É aí que entra o estrategista. Ele vai visualizar tudo o que pode ocorrer até você alcançar seu objetivo.
Quando eu não planejo a direção do meu negócio ou da minha vida, eu topo um risco muito grande que é o de não saber onde vou parar. Simplesmente porque eu estou à deriva! Quando sabemos para onde vamos bate um vento favorável e chegamos mais rápido. É por isso que sempre cito, Sêneca: “Não há ventos favoráveis para quem não sabe para onde ir”.
Hoje, as empresas estão onde elas planejaram estar, suas equipes estão treinadas, os estrategistas estão vendo as oportunidades e aproveitando o que pode. É o exercício constante de treinar o olhar. Por isso é preciso estar atento, treinado, ligado no que está acontecendo. Só assim as organizações vão saber aproveitar as oportunidades e, assim, aquele vento favorável vai te levar para algum lugar, mas um melhor, planejado.
Desatualizada, a empresa corre um sério risco de perder a oportunidade que está bem diante dela! E aí, o caminho é correr atrás do prejuízo, literalmente.
Estando treinado e de posse das habilidades necessárias você consegue ser o primeiro a chegar, pois sua velocidade de reação será uma vantagem. Vejo que muita gente demora demais para reagir e a velocidade de resposta é um indicador de competência e de competitividade.
Tem gente que simplesmente para, tenta entender o que aconteceu e perde o timing, mas se você está preparado, com certeza já pensou antes em todas as possibilidades e caminhos alternativos. Você anteviu as possibilidades, os problemas e as soluções! Às vezes a falta de uma reação rápida pode ser fatal.
É fundamental. Não tem como fazer uma análise de uma empresa olhando apenas para ela. Toda análise é em relação à concorrência, ao mercado, à referência escolhida. É muito importante ter uma referência, pois ela vai mostrar como lida, gere e responde. Então, é fundamental sempre pensar assim: no meu segmento, quem é o melhor? Escolha a melhor referência. É a partir dela que a empresa poderá dizer se está bem ou mal. E se errar de referencial, mude! Mas mude rápido.
A empresa que olha só para ela é muito limitada. Ela pode achar que oferece um produto de extremo valor, mas que, para o mercado, é algo que todo mundo oferece. E aí, aquilo que ela acha que é seu diferencial, é o mínimo, é o básico que o mercado espera. Viver assim é ilusório!
É vital. Os indicadores e os referenciais comparativos é que vão manter a organização no caminho mais curto entre o onde eu estou e o onde eu quero estar. A organização precisa fazer as escolhas dela e monitorar os caminhos com base nos indicadores. Assim, ela consegue acertar o rumo a seguir e alcança suas metas.
Tem alguns hábitos que vão sendo incorporados ao longo do processo. E precisam ser. Por exemplo, se você está atualizado e competitivo, a busca pela melhoria vai ser uma constante e talvez seja possível encontrar um crescimento sustentável ou uma medida que faça parte do desenvolvimento desejável nesse patamar.
O certo é que parar não é uma opção. Tive uma professora americana que me disse que a vida é uma escada rolante que só desce. Isso quer dizer que na escada rolante (o mercado), se você der apenas um passo de cada vez, estará competitivo. Você se mantém onde está. Se parar, você vai para traz. Ou seja: é preciso dar dois passos, estar sempre à frente da concorrência. É isso que garante o futuro.
Por fim, gostaria de dizer que essa história de que em time que está ganhando não mexe é uma bobagem, porque os seus concorrentes estão olhando para você, tentando fazer melhor. Se você não mexer no seu time, seu concorrente mexe no dele. Quer saber o resultado do jogo? A concorrência ganha, porque ela vai inovar antes de você.
Fonte: Sistema OCB
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