Durante sua participação no 3º Fórum Nacional de Agronegócios, realizado em Campinas, no sábado (20/9), o presidente do Sistema OCB, Márcio Lopes de Freitas, disse que a prioridade máxima das lideranças agrícolas devem ser a capacitação e a gestão de pessoas para atuar no setor. “A pergunta que todos nós que atuamos no agronegócio devemos fazer é: estamos focados em formar pessoas com inteligência estratégica suficiente para atuar no futuro desafiador que se desenha para setor?”
A indagação de Márcio Freitas marcou sua participação na palestra feita pelo presidente da Embrapa, Maurício Antonio Lopes, no 2º painel do evento e que tratou do tema “Futuro do Agro: Reflexões e Medidas para Aumentar a Prosperidade no Campo”.
Segundo o presidente do Sistema OCB, “para a formação de gente com condições de atuar de forma estratégica nós, do setor privado, não podemos ficar esperando iniciativas seja do mundo acadêmico, seja de governos. Temos de fazer acontecer”, complementou.
Márcio Freitas também informou que a OCB está planejando, junto com outras entidades, universidades e órgãos governamentais, a possibilidade de criar um grupo de técnicos e especialistas para pensar soluções e estratégias voltadas para a melhor capacitação profissional.
O EVENTO – Com palestras das principais lideranças do agronegócio e a presença de cerca de 300 convidados, entre líderes empresariais e do agronegócio, além de pesquisadores, investidores e autoridades públicas, o Grupo de Líderes Empresariais (Lide), presidido pelo empresário João Doria Junior, promoveu neste sábado (20/9), em Campinas (SP), o 3º Fórum Nacional de Agronegócios.
A realização do evento contou com o apoio do Lide Agronegócios, liderado pelo embaixador da FAO para o cooperativismo, Roberto Rodrigues, e do Lide Campinas, comandado pelo empresário Juan Quirós
A abertura contou com a presença do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, que relacionou as ações e iniciativas programadas pelo seu governo para estimular o agronegócio no estado, enfatizando a necessidade de reformas para aprimorar o ambiente de negócios no setor. “Entendo que entre todas as reformas que o país necessita para estimular a economia, a mais urgente é a tributária, que irá aumentar a segurança jurídica e evitar a desorganização econômica”, disse.
Também participaram da abertura do evento o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Caio Tibério da Rocha; a secretária de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, Mônika Bergamaschi; e o prefeito de Campinas, Jonas Donizete.
PESSIMISMO – Ao lado do gerente do Departamento de Agronegócio da Fiesp (Deagro), Antonio Carlos Costa, Ingo Ploger, presidente do Conselho Empresarial da América Latina; e Alexandre Figliolino, diretor comercial do Itaú BBA, André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, detalhou os principais resultados do Índice de Confiança dos Produtores Rurais, desenvolvido pelo Deagro.
“Os resultados do segundo trimestre de 2014 indicam um aumento sensível no pessimismo do agricultor brasileiro. Foi uma queda muito preocupante na confiança do produtor rural, que deriva das incertezas gerais da economia”, afirmou Pessôa, informando que o índice recuou de 104,4 no quarto trimestre de 2013, para 92% no segundo trimestre deste ano. “A maior preocupação apontada pelos entrevistados foi relacionada às questões climáticas’, completou Pessôa.
PRESIDENCIÁVEIS – Por fim, no 3º Painel, ponto alto dos debates do Fórum, colocou frente a frente os representantes dos três principais candidatos à presidência da República, João Sampaio Filho, presidente do COSAG/FIESP e representante do Programa de Governo do candidato Aécio Neves; Alessandro Teixeira, coordenador do Programa de Governo para Reeleição da presidente Dilma Rousseff; e Marcos Jank, um dos formuladores do programa da candidata Marina Silva.
O painel foi coordenado pelo presidente do LIDE, João Doria Jr., que destacou a importância de se reunir os três representantes. “Nosso objetivo com o Fórum foi auxiliar na discussão das fórmulas que podem contribuir para o futuro do agronegócio em bases sustentáveis e que aumente a prosperidade do setor”, complementou Doria.
Ao final, foi divulgada a Declaração de Campinas, com um resumo dos principais pontos debatidos, assim como as expectativas do agronegócio em relação ao próximo governo