IBGE apresenta detalhes do Censo Agro 2017
Data: 13/04/2018 00:00
Autor: OCB
Quanto mais se conhece o Brasil, mais é possível pensar em políticas públicas que promovam o desenvolvimento sustentável do país. Por isso, a realização de censos, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é tão fundamental. Em parceria com a OCB, o IBGE está concluindo o levantamento de dados nas propriedades rurais, e já iniciou os preparativos para o Censo Demográfico 2020.
O assunto foi tratado nesta terça-feira (10/4), durante um seminário realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília, e que contou com a presença de parlamentares e representantes do Instituto, da OCB e de entidades parceiras.
Na ocasião, o presidente IBGE, Roberto Olinto, pediu apoio aos deputados para a realização do Censo Demográfico de 2020, que deve ter um custo total de R$ 3 bilhões. Ele explicou que, com o teto de gastos estabelecido pela Emenda Constitucional 95, apesar das muitas demandas para os orçamentos, as despesas só podem crescer de acordo com a inflação.
Olinto explicou, ainda, que esse tipo de levantamento é importante, por exemplo, para as discussões relativas à distribuição de impostos federais entre estados e municípios. Isso porque a divisão depende do tamanho da população. “Sem o censo demográfico, o Brasil não vai conseguir trabalhar na agenda 2030 das Nações Unidas de Desenvolvimento Sustentável. Vários desses indicadores são basicamente obtidos no censo”, disse.
Cláudio Crespo, diretor de Pesquisas do IBGE, disse que é importante monitorar a concentração da população em grandes cidades. Segundo ele, mais de 60% da população vive em cerca de 400 dos 5.570 municípios. “O crescimento da população deve ser revertido a partir de 2040 e os dados de envelhecimento são importantes para a discussão das contas da Previdência Social”, afirmou.
O deputado Carlos Melles (MG), presidente da Frente Parlamentar de Geografia, Estatística e Meio Agroambiental, ressaltou a importância do Censo Agropecuário de 2017, que deve ter os primeiros resultados conhecidos em julho. "Vai dar para saber como o produtor está vivendo, que tecnologia ele está usando, que grau de escolaridade ele tem, se ele já é filho ou neto, ver como está o êxodo rural. Isso é fundamental para a formulação e execução do setor mais importante do Brasil, que é o agropecuário", argumenta.
Desde outubro do ano passado, milhares de recenseadores do IBGE têm cruzado o país, de Norte a Sul, a pé, de carro, de ônibus e até em bicicletas, para obter o mais completo raio X do setor produtivo brasileiro. É o Censo Agropecuário 2017, realizado com o apoio OCB e que, até então, já visitou mais de 96,5% dos estabelecimentos rurais do país.
Segundo o IBGE, a intenção é visitar 5,3 milhões de propriedades. Este universo é o mesmo encontrado no último Censo Agro, realizado há 12 anos. Até o momento, o Rio Grande do Norte é o estado com o menor percentual de coleta, com visita a 75,6% das propriedades rurais, seguido por Alagoas (76,5%), Maranhão (76,7%), Rio Grande do Sul (81,9%) e Paraná (81,9%).
Esses percentuais, segundo o IBGE, são calculados em relação ao número de estabelecimentos encontrados pelo censo de 2006, contudo, depois de mais de uma década e com a possibilidade de incorporação entre propriedades, por exemplo, pode ser que, nesses estados, o número de estabelecimentos rurais tenha diminuído. Assim, a coleta pode estar mais próxima do fim do que se esperava inicialmente. A expectativa do IBGE é de que o número exato de estabelecimentos existente no país seja conhecido em julho de 2018.
Até lá, e considerando as dificuldades regionais encontradas ao longo do período do Censo, tais como regiões alagadas e transporte, os recenseadores continuarão a visita aos estabelecimentos rurais durante os próximos meses para finalização do trabalho nessas áreas remanescentes.
Desde o início das visitas, o IBGE sempre contou com o apoio da OCB, que se dedicou a sensibilizar cooperativas e cooperados a contribuir com o Censo, participando ativamente do processo de levantamento de informações no campo brasileiro.
“A participação das cooperativas é extremamente importante para a conclusão do Censo Agropecuário 2017 e para o panorama da atividade agropecuária brasileira. Por isso, a OCB tem estimulado participação ativa dos cooperados, sobretudo, no repasse do maior número possível de informações sobre a atividade rural da propriedade”, explica a gerente de Relações Institucionais da OCB, Fabíola Motta.
(Com informações da Agência Câmara Notícias)
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