O setor da piscicultura na região de Dourados ganhará novo impulso a partir da construcão do frigorífico da cooperativa MS Peixe, cujas obras comecam até o final o final deste ano. 'Com a indústria iremos receber o pescado, fazer o processamento e a comercializacão, tudo com inspecão federal', disse o presidente da cooperativa Ademar Ferreira.

O recurso de R$ 1 milhão está liberado pelo recém-criado Ministério da Aqüicultura e Pesca, pois o projeto técnico já foi aprovado. A aplicacão da verba será feita através da Prefeitura de Dourados. 'Logo após a eleicão, o Governo repassará o dinheiro para que as obras tenham início', explicou Ferreira. A previsão da conclusão do frigorífico é de um ano.

Esse abatedouro ocupará uma área de 4,2 hectares no trevo das BRs 163 e 376, em frente à penitenciária de Dourados. Ele terá capacidade de abater e limpar (esviceracão) 2500 quilos de peixe de várias espécies por dia. A producão será distribuída e embalada com rótulo próprio e com o número do Servico de Inspecão Federal (SIF).

O frigorífico da MS Peixe será o segundo do Estado. O outro é o da Mar & Terra, situado em Itaporã, que processa várias espécies, principalmente pintado criado em tanques, que é exportado em forma de filé, abastecendo também os mercados estadual e nacional.

Cresce

Não existem levantamentos oficiais da Agraer do número de piscicultores, da producão e da área inundada com tanques de criacão de peixes na Grande Dourados. Mas a delegacia regional do Ministério de Aqüicultura e Pesca estima que o Estado produza 12 mil toneladas anuais de pescado, sendo sete mil em pisciculturas e cinco mil retiradas dos rios.

Segundo Ademar Ferreira, com a construcão do frigorífico haverá um crescimento expressivo na atividade na região, porque os piscicultores terão onde entregar sua producão. 'Com o SIF teremos condicões de atender vários Estados. Com o aumento da demanda, os produtores irão investir profissionalmente no setor', frisou o presidente da MS Peixe. Somente em Dourados são mais de 100 piscicultores, de acordo com o mais recente levantamento da Secretaria de Agricultura Familiar. São estimadas mais de 400 hectares de lâmina d'água no município. Somente três grandes piscicultores ocupam 220 hectares de tanques-um deles com 100ha.

'Tem ocorrido muita procura na cooperativa por produtores que querem se profissionalizar',atestou Ademar Ferreira. Mas ele destacou que a maioria deles não tem licenca para a piscicultura. A legislacão exige que o órgão ambiental do Estado expeca o documento, caso haja cinco hectaes ou mais de tanques. Em nível municipal, O instituto de Meio Ambiente (IMAM) resolveu esse empecilho do licenciamento, mas em nível estadual é mais burocrático.

Na avaliacão de Ferreira se houver políticas públicas do Estado para a piscicultura ou aqüicultura, a atividade crescerá ainda mais. 'O consumo de peixe em Dourados aumentou muito, pela procura de restaurantes e lanchonetes. A demanda é crescente', acrescentou.

Além do próprio interesse dos produtores em aumentar e melhorar a qualidade do peixe, na Embrapa Agropecuária Oeste, em Dourados, estão sendo desenvolvidas pesquisas e, laboratório com espécies nativas do Estado para garantir uma manejo correto; estudo de doencas; parasitas; qualidade da água; e outros problemas enfrentados pelas pisciculturas. (Fonte: Correio do Estado)