Chapeu

Cursos

1Onda

Presidente da Aurora diz que não é hora de abandonar a suinocultura

Data: 13/05/2010 00:00

Depois de dois anos de dificuldades, com custos em alta e mercados em recessão, a suinocultura brasileira vislumbra perspectivas de um período de recuperacão em 2010. 'Não é hora de abandonar a atividade. Quem perseverar será recompensado,'  aconselha Mário Lanznaster, presidente da Coopercentral Aurora, detentora do maior volume de abate de suínos em Santa Catarina. O líder sabe que há muito mau humor no mercado, especialmente porque o fim-de-ano, tradicional período de ganhos, foi magro para os criadores e para as indústrias.

A crise financeira internacional e a gripe A, por um longo tempo chamada de gripe suína, atormentaram o mercado. Nesse ambiente, falar em recuperacão de renda e revitalizacão da atividade é uma temeridade. Mas as previsões de Lanznaster têm base: o mercado mundial será expandido em mais 60 mil  toneladas. O Ministério da Agricultura e as entidades nacionais do agronegócio anunciaram na última semana três movimentos que afetarão e beneficiarão imediatamente a cadeia produtiva da suinocultura brasileira: a Rússia (que enfrenta um surto da temível peste suína africana) ampliou a cota em 20.000 toneladas; o Vietnã anunciou a abertura de seu mercado para 20.000 toneladas de carne brasileira e, da mesma forma, Filipinas comprará 20.000 toneladas em 2010.

Em dezembro, o governo russo publicou as novas cotas para a importacão de carnes e elevou de 177.500 toneladas em 2009 para 189.600 toneladas este ano a cota destinada a 'outros países ', na qual o Brasil se insere. Por outro lado, renova-se a expectativa da abertura de novos mercados este ano, como a União Européia, Japão, China ou Coréia do Sul. O Brasil exportou 607,5 mil toneladas de carne suína em 2009, um crescimento de 14,75% no volume físico em comparacão as 529.418 toneladas do ano anterior, de acordo com a Associacão Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs). Os precos fizeram movimento inverso e despencaram 17,09%, baixando de US$ 1,479 bilhão (em 2008) para US$ 1,226 bilhão (em 2009). O preco médio caiu 27,74% de US$ 2.794 (2008) para US$ 2.019/tonelada (2009).

A Rússia respondeu por uma fatia de 44% dos volumes embarcados pelo Brasil e, Hong Kong, por 20%. O presidente da Coopercentral Aurora acredita que os volumes continuaram elevados e os precos se recuperarão em 2010. O principal sintoma de melhora do mercado é que os precos internacionais reagiram  ao final do ano e subiram entre 10% e 15%. O mercado mundial viverá dias de mais tranquilidade porque os países que mais sofreram com a crise econômica internacional estarão superando essas dificuldades e retomando os níveis normais de consumo. Além disso, o Brasil manterá expectativa de entrar nos mercados da China e EUA no próximo ano.

Mário Lanznaster enfatiza que, em 2010, haverá nova demanda internacional e um ajuste interno, o que se refletirá nos precos internos. Outra boa surpresa é que o consumo interno médio per capita se manteve em 14 kg/hab/ano, apesar de uma previsão de queda. Só não aumentou porque ocorreu acentuada oferta das demais carnes - aves e bovinos - que,  literalmente, sobraram no mercado. Embora o ano de 2009 terminou com depressão nos precos praticados ao criador, os estoques de animais vivos estão baixos e com oferta e demanda ajustadas ao mercado.

Em contrapartida, o criador encontra custos 30% menores, quadro que melhorará ainda mais em 2010 porque não haverá escassez de milho internamente e o farelo de soja estará com preco em queda em razão da grande oferta mundial. Em Santa Catarina, o suinocultor está ganhando R$ 1,80 mais tipificacão (total: R$ 1,93) pelo quilograma de animal vivo, valor que já embute uma pequena margem de lucratividade. A producão nacional atingiu, em 2009, mais de 3 milhões 140 mil toneladas de carne suína. Em 2010 deve crescer de 2% a 3%. Santa Catarina, que continua o maior produtor nacional de suínos, atingiu 750.000 toneladas/ano, 25% do que o país produz. (Fonte: MB Comunicacão)

 

logo

© Sistema OCB/MS 2024. Todos os direitos reservados

localizacao

Av. Ceará, 2245 - Vila Célia
Campo Grande/MS