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Rumo à excelência

Data: 12/09/2019 00:00

Autor: OCB

No famoso livro de Lewis Carrol Alice no País das Maravilhas, a protagonista pede ajuda a um gato para decidir qual direção tomar ao encontrar uma encruzilhada. A resposta do felino é categórica: depende do lugar a que se quer chegar, porque “quando não se sabe para onde ir, qualquer caminho serve”.

A lição do gato para Alice também poderia ser aplicada à melhoria da gestão das nossas cooperativas. Quando a gente sabe onde está e aonde precisa chegar, é mais fácil caminhar na direção certa.

Justamente por isso, o Serviço Nacional de Aprendizagem do Cooperativismo (Sescoop) desenvolveu um conjunto de ferramentas capazes de ajudar os gestores cooperativistas a saberem qual é o estágio de desenvolvimento de seus empreendimentos e quais são os caminhos a serem percorridos rumo à excelência.

Esse portfólio de soluções tem colaborado ativamente para o desenvolvimento organizacional do cooperativismo, atendendo a um dos pilares de atuação do nosso S: o diagnóstico. Atualmente, dispomos de quatro instrumentos de avaliação que abrangem os seguintes eixos estratégicos:

 

IDENTIDADE

Analisa os documentos e as políticas internas da cooperativa para verificar se eles estão alinhados às legislações que regulam o setor e aos valores e aos princípios do cooperativismo.

 

GOVERNANÇA

Autoavaliação realizada pela própria cooperativa a partir de um questionário que identifica o grau de maturidade da governança cooperativa da instituição, com o foco na autogestão, no direcionamento estratégico dos negócios e no atendimento aos interesses dos cooperados.

 

GESTÃO

Autoavaliação realizada a partir de questionários focados no aperfeiçoamento dos processos organizacionais e na gestão de recursos humanos e financeiros.

 

DESEMPENHO

Avaliação dos resultados econômicos, financeiros, sociais e ambientais. A recomendação metodológica é que a cooperativa realize o monitoramento de seus resultados financeiros e estratégicos mensalmente. No entanto, em função da estratégia da unidade estadual do Sescoop, podem ser firmadas parcerias com as centrais ou federações para a realização de forma sistêmica com as suas singularidades – especialmente para os ramos crédito e saúde.

Com base nos resultados desses diagnósticos — munidos de estudos setoriais sobre as tendências de mercado e as perspectivas regionais de cada ramo —, a equipe técnica do Sescoop consegue sugerir melhorias para as cooperativas avaliadas. Com isso, contribui efetivamente para o avanço dos resultados e da sustentabilidade, não só da organização avaliada, mas de todo o cooperativismo brasileiro.

“As organizações cooperativas muitas vezes não têm um panorama dos seus principais e prioritários desafios. Os diagnósticos disponibilizados pelo Sescoop servem como uma bússola, apontam oportunidades de melhoria e norteiam possíveis soluções. São insumos importantes para o processo de tomada de decisões e para o direcionamento estratégico dos negócios”, destaca a gerente de Desenvolvimento da Gestão de Cooperativas do Sescoop, Susan Miyashita Vilela.

 

SOLUÇÕES COM RESULTADOS

Com ciclos periódicos de avaliação ou autoavaliação, os diagnósticos do Sescoop permitem o aperfeiçoamento contínuo dos resultados e o acompanhamento da evolução de cada cooperativa. Além disso, orientam o Sescoop na oferta de soluções de gestão, de acordo com as necessidades das organizações.

“Há muita demanda por cursos de formação que tragam informações capazes de ajudar a cooperativa a fazer um reposicionamento de mercado, com temas como planejamento estratégico, modelo de negócio e cadeia de valor”, lista a gerente de Desenvolvimento da Gestão de Cooperativas do Sescoop. De fato, ao final de cada avaliação, são identificados processos de melhoria que poderiam ser implementados na cooperativa. Algumas ações com o apoio de assessoria especializada, outras soluções com o suporte técnico do Sescoop. E vale destacar: quanto mais abrangentes as informações e os dados obtidos, mais profundas são as análises realizadas e mais consistente é o conhecimento gerado acerca da realidade da cooperativa. “Essa compreensão fidedigna da realidade da organização oportuniza o desenvolvimento de estratégias capazes de realmente melhorar a gestão e, consequentemente, os resultados das cooperativas”, completa Susan.

Quer mais? A consolidação dos indicadores obtidos a partir do diagnóstico das cooperativas brasileiras ajuda o Sescoop a desenvolver estudos setoriais de diversos agrupamentos de cooperativas (por região, unidade federativa, ramos de atuação, entre outras). Essas análises subsidiam o Sistema OCB no desenvolvimento de estratégias de atuação.

 

GESTÃO SISTÊMICA

Além de servir como ferramenta de diagnóstico para cooperativas singulares, as soluções de desenvolvimento organizacional do Sescoop também podem ser utilizadas pelas chamadas cooperativas de segundo grau, como as centrais e federações.

De que maneira? Como uma ferramenta de gestão sistêmica, uma vez que possibilitam a integração dos resultados de suas singulares e a análise como um sistema unificado. É assim que funciona no Central Ailos de Blumenau (SC), que reúne 13 cooperativas de crédito e atua em 59 municípios dos três estados do Sul do Brasil, com mais de 660 mil cooperados.

“Os diagnósticos do Sescoop nos ajudam a avaliar amplamente a gestão e a governança das nossas cooperativas, algo fundamental para a sustentabilidade do Sistema Ailos. Assim que esses instrumentos foram lançados, enxergamos seu grande potencial; tanto na aplicação da ferramenta de autoavaliação quanto na elaboração dos planos de ação necessários para a implementação de melhorias contínuas na gestão e na governança”, explica a gerente de governança cooperativa e organização do quadro social da Central, Elaine Rodrigues.

De acordo com a gestora, sem a adoção de boas práticas de gestão e de governança, não é possível atingir resultados de longo prazo, fundamentais para a perenidade da organização. “Boas práticas garantem bons resultados e dão aos cooperados a garantia de boa qualidade nas ações e decisões, e resultados sustentáveis”, garante.

 

CADA VEZ MELHOR

As cooperativas que optaram por fazer uma reflexão sobre seus processos internos com a ajuda das quatro ferramentas de diagnóstico do Sescoop tiveram uma melhora significativa na qualidade de gestão. O grupo que aderiu ao processo em 2013 — e continuou a realizar sua autoavaliação anualmente — performou, em média, 49% a mais, quando comparadas ao início das análises.

 

NÚMEROS DE 2018

  • Mais de 2 milhões de pessoas beneficiadas pelas ações de responsabilidade socioambiental do Dia de Cooperar (Dia C)
  • Cerca de 500 mil pessoas foram capacitadas pelo Sescoop em todo o Brasil
  • Cerca de 2 mil empreendimentos apoiados para o aprimoramento da governança e da gestão por meio do PDGC

 

(Fonte Revista Saber Cooperar)

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