Time escalado com Henry Sako, João Dantas, Leandro Barcelos e Túlio Gonçalo apresentou sistemas alternativos de produção e ferramentas para superar desafios climáticos e comparou as mudanças a um "novo estilo de vida" para a fazenda

A Copasul reuniu mais de 200 pessoas em seu estande no Showtec na manhã desta quarta-feira, dia 22, para acompanhar o debate da Tropa de Elite da Produtividade sobre estabilidade produtividade de lavouras de soja e milho. O time de especialistas foi escalado com os consultores Leandro Barcelos, Túlio Gonçalo, Henry Sako e João Dantas, que falaram para um público de cooperados de todo o estado e demais parceiros da cooperativa.

O foco da mesa-redonda neste ano foi encontrar sistemas de produção alternativos e ferramentas para vencer os desafios climáticos. "A gente pensa em colher mais, em ter mais produtividade com lucratividade, claro, e hoje a maior batalha é contra o clima, que hoje mais tira produtividade do que ajuda. Mas hoje tem ferramentas que podem atenuar esses problemas e contribuir para a gente não perder tanto nas épocas ruins", contextualizou Leandro Barcelos, que mediou as discussões.

Contudo, implementar novos sistemas produtivos ou aguardar pelo momento mais impactante de determinada ferramenta requer uma mudança de estilo de gerir o negócio, alertou o consultor João Dantas.

"É igual academia. Não é em um dia que você fica saudável. Ter um solo bom é um estilo de vida diferente. Tem que pensar em longo prazo e pensar que o solo é seu maior bem", completou Dantas, engenheiro agrônomo mestre em fitotecnia com MBA pela Northern Illinois University.

Henry Sako lembrou dos debates da Tropa de Elite da Produtividade do Showtec 2023. "Se a gente lembrar da Tropa de Elite da Produtividade do ano passado, a diversificação é o caminho. A gente tem que se desafiar para diversificar, e esse é o caminho para o futuro, para a estabilidade produtiva e a alta produtividade. Se você dominou o cultivo de quatro ou cinco plantas diferentes, vai para a próxima fase que nós vamos ter um futuro bom nesse sentido", complementou Henry, que é engenheiro agrônomo pós-graduado em liderança de estratégias para negócios pela Ohio University. Ele é sócio de João Dantas na DK Ciência Agronômica, consultoria parceira da Copasul no projeto Construindo Solos.

Nesse sentido, Túlio Gonçalo, engenheiro agrônomo mestre em produção vegetal e atualmente diretor, pesquisador e consultor agronômico na Grower Conhecimento Agronômico, além de ser produtor rural na T&T Agro, falou sobre uma decisão difícil que o agricultor deve tomar.

"Quão difícil é a safrinha e ter rentabilidade na fazenda inteira? Nos primeiros talhões, você tem um bom resultado e, quando você analisa a rentabilidade, você observa que em 50% das áreas você ganhou dinheiro, em 30% você empatou e em 20% você perdeu dinheiro. Mas e se você reservar os talhões em que você perdeu dinheiro e não plantar (milho)? E se ao invés disso, você trouxer a planta de cobertura para o sistema? Você vai ganhar mais dinheiro preparando o solo para a próxima safra", observou.

"Esse é o recado. A gente deve aproveitar a jornada para produzir soja, produzir milho, mas sem ficar com o coração na boca, não passar apertado. Para isso, a gente precisa desaprender para aprender, porque quem ficar pensando só no que sabe, fica pra trás", aconselhou Barcelos.

"Talvez o que eu levo de mais importante desse debate hoje é a importância de nós, que estamos aqui no sul de Mato Grosso do Sul, reduzirmos a nossa área de milho, talvez reduzir para uns 50% das áreas, e o restante fazer com braquiária. De repente entrar com girassol, ou milheto para fazer grão, mix de plantas. Então foi muito importante, foram muitas coisas que agregaram bastante no nosso dia a dia", aprovou Nelson Antonini, vice-presidente do Conselho de Administração da Copasul.

"Esse tempo que eu tirei para vir pra cá tem muita valia, porque você pega de cada um deles um pouco de conhecimento. E no final você sai energizado, cheio de vontade e aprendizado. [...] A Copasul tem interesse em levar conhecimento que o agricultor não tem e tem essa capacidade de envolver, buscar pessoas e trazer para a gente aprender com elas. É a ideia da cooperativa, para a gente crescer junto. Eles crescem com a gente e nós com eles. Eu vejo que a Copasul nessa parte tem a mente bem aberta, não é um negócio pensando em somente si, é pensando nos outros também", declarou o cooperado Marcus Wanser, de Maracaju.

"As palestras foram nota 10, o público lotou a casa e isso mostra a credibilidade da Copasul. E a nossa diretoria fica contente e satisfeita. E dou os parabéns a toda a equipe da cooperativa por esse trabalho maravilhoso!", concluiu Antonini.