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Sicredi se reestrutura, reforca a equipe e se prepara para crescer

Data: 13/05/2010 00:00

Renovado pela reestruturacão operacional e administrativa concluída no primeiro semestre e pelo reforco da equipe com a contratacão de dois novos executivos, o Banco Cooperativo Sicredi resolveu partir para a briga por mais espaco no mercado financeiro com um portfólio ampliado de produtos e servicos. A intencão é triplicar o volume de ativos, que em junho totalizavam R$ 14,5 bilhões, e operacões financeiras em três anos e multiplicar também por três, para 4,5 milhões, o número de associados - equivalentes à figura dos clientes nos demais bancos - num prazo de cinco anos, revela o presidente-executivo da instituicão, Ademar Schardong.

O primeiro passo foi a criacão de uma holding para consolidar os números de 133 cooperativas de crédito em dez Estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte, do banco e das empresas vinculadas (administradora de cartões, de consórcios e corretora de seguros), da confederacão e da fundacão Sicredi. Na holding, um conselho de administracão com cinco representantes das cooperativas, cinco das centrais regionais e dois externos (ainda não escolhidos) toma as decisões estratégicas do sistema, que antes operava com um conselho no banco e outro na confederacão, instância administrativa acima das centrais e das cooperativas individuais.

Segundo Schardong, o Sicredi está negociando com o Banco Central para publicar o primeiro balanco consolidado do sistema já no ano que vem. Até agora, o banco, a confederacão, as cinco centrais regionais e as 133 cooperativas apresentam seus próprios números, o que compromete em muito a transparência das informacões. Com o novo modelo, o banco pretende ainda obter enquadramento em agências de classificacão de risco para fazer operacões de captacão mais sofisticadas e ampliar sua capacidade de financiamento, assim como os limites de empréstimos das cooperativas individuais.

Recém contratado, o novo diretor de produtos e negócios, Edson Nassar, ex-Citibank, explica que além de aumentar o número de associados (para abrir uma conta em uma cooperativa de crédito é preciso se associar a ela), a ideia é fazer com que eles concentrem o máximo de suas operacões financeiras com o banco. Constituída em 1995 como um instrumento das cooperativas para acessar o mercado financeiro e os programas oficiais de financiamento, a instituicão já opera com praticamente todos os produtos disponíveis no mercado, incluindo depósitos à vista e a prazo, poupanca, fundos de varejo e atacado com ativos de R$ 6 bilhões, seguros e consórcios, mas a meta de expansão exige uma oferta ainda maior, reconhece o executivo.

De acordo com ele, para o fim de agosto já está prevista a oferta de um consórcio imobiliário. Depois, no 'médio prazo ', serão abertas linhas de crédito imobiliário e leasing e em outubro será concluído o piloto para o lancamento do cartão múltiplo com bandeira própria, que já soma 110 mil plásticos em teste aceitos em 11 mil pontos de venda (POS). O produto tem potencial para atingir, nas bases atuais, 1 milhão de associados, acredita Nassar. O banco já emitiu 1,1 milhão de cartões com a bandeira Visa, que permanecerá como parceira da instituicão.

Com o foco voltado para pessoas físicas e micro e pequenas empresas rurais e urbanas, o banco pretende ampliar a relacão com o segmento corporativo a partir de operacões conveniadas como o gerenciamento de fluxo de caixa em troca de financiamentos para fornecedores ou produtores integrados, no caso das agroindústrias. 'Não temos uma área de corporate e não vamos, por exemplo, fazer operacões de câmbio para grandes empresas ', explica o diretor. 'Vamos atender a esse segmento apenas sob demanda '.

O banco tem hoje um caixa livre de R$ 6,2 bilhões entre títulos do governo federal e aplicacões interfinanceiras de liquidez, mas a ampliacão do volume de operacões nos próximos anos será acompanhada pelo uso de novas fontes de captacão, diz o diretor de administracão e financas, Fernando Marchet, executivo da casa desde 1996. 'Estamos analisando os instrumentos mais convenientes e as melhores janelas para utilizá-los ', explica. Uma abertura de capital com venda de acões está descartada devido ao caráter cooperativo da instituicão. 'Isso é inegociável ', afirma Schardong.

Conforme Marchet, os ativos totais do banco fecharam junho 11% acima do estoque registrado no mesmo mês de 2008 e devem encerrar o ano em R$ 17,4 bilhões. As operacões de crédito cresceram 22% nos últimos 12 meses até junho, para R$ 7,2 bilhões, a maior parte direcionada para o setor do agronegócio, e a estimativa para dezembro é chegar a R$ 9,2 bilhões. No mesmo período, os depósitos totais avancaram 9,5%, para R$ 9,9 bilhões, com previsão de R$ 12,8 bilhões até o fim do ano. Só a caderneta de poupanca cresceu 54,4%, para R$ 941,2 milhões, e deve alcancar a R$ 1,4 bilhão em dezembro.

No primeiro semestre, o banco apurou ainda sobras (o lucro líquido do sistema cooperativo) de R$ 165,7 milhões, 27,4% a mais do que no mesmo intervalo do ano passado, informa o executivo. Para o acumulado do ano, a previsão é de um resultado de R$ 373,8 milhões, ante R$ 191,6 milhões em 2008, o que corresponde a uma alta de 95%. O desempenho garantiu à instituicão um patrimônio líquido de R$ 2,1 bilhões em junho e até dezembro a projecão é que a conta alcance os R$ 2,4 bilhões.

Os números do banco incluem 1.150 unidades de atendimento, as 'agências ' do sistema cooperativo, e 1.550 pontos de auto-atendimento (ATM), que avancam numa média de 50 por mês. Segundo Schardong, a rede física deve crescer 30% em três anos, enquanto a expansão dos ATM e dos pontos de captura das operacões com cartões múltiplos vai depender do avanco do sistema de compartilhamento tecnológico do setor bancário, explica o diretor de tecnologia da informacão e servicos, Denílson Mascarenhas, também recém contratado e com passagens pelo Citibank, HSBC e Ponto Frio. De acordo com ele, o banco vai investir R$ 200 milhões até 2012 em TI, sendo metade desse total ainda em 2009.
(Fonte: Valor Econômico)

 

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