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Transformacão foi a tônica do debate sobre educacão cooperativista

Data: 10/04/2015 00:00

Autor: OCB

A Mesa Redonda Internacional: Educação Corporativa – Experiências Transformadoras e de Sustentação dos Empreendimentos Cooperativos – realizada pelo Sistema OCB/MT, contou com a participação de mais de 500 pessoas vindas de diversas regiões do Brasil e de representantes dos EUA, Canadá e Espanha, inclusive do Mato Grosso do Sul, o presidente do Sistema OCB/MS, Celso Régis. O evento faz parte da programação do XXI SUECO - Simpósio das Unimeds do Centro-Oeste e Tocantins - e do 2º Simpósio Internacional de Integração Cooperativista de Mato Grosso em Cuiabá – MT. 
 
“A educação cooperativista tem como proposta provocar transformações e ser alicerce de desenvolvimento sustentável econômico e social”, disse o presidente do Sistema OCB/MT, Onofre Cezário de Souza Filho, em seu discurso de abertura. Ele ressalta que “o verbo de Mato Grosso é cooperar e isso não se faz sem uma educação”.

A transformação foi a tônica de toda discussão dos debatedores convidados para falar das experiências de educação desenvolvidas em seus países e que fizeram a diferença no processo de desenvolvimento do cooperativismo. O debate foi moderado pelo especialista em cooperativismo mestre e professor Derli Schmidt, que é Diretor da ESCOOP – Escola Superior do Cooperativismo – RS, a primeira faculdade especializada no assunto do Brasil.
 
“A educação cooperativista faz a diferencia e tem a capacidade de transformar”, ponderou Derli Schmidt. Ele ressaltou que “um traço comum do painel de todas as entidades aqui apresentadas valorizaram a questão do ensino acadêmico cooperativista, ou seja, estamos passando da fase do ensino meramente de princípios cooperativos, que são importantes, mas indo para o mundo acadêmico da pesquisa, do novo, da produção de conhecimentos novos, traços comuns muito importantes”. Schmidt disse conhecer o projeto de Mato Grosso para a fundação de um instituto de educação acadêmico do cooperativismo, e “penso que isso é muito importante para nós consolidarmos o cooperativismo como uma ciência, produzir um novo conhecimento, pois o conhecimento do Século XX não vai conduzir as cooperativas do Século XXI”.
 
Claude-André Guillotte, formado em direito, é diretor do Instituto de Pesquisa e Educação para as cooperativas e mutualidades da Universidade de Sherbrooke (IRECUS) – Quebéc, Canadá, mestrado em gestão e governança das cooperativas e sociedades mútuas. A tese de seu projeto de doutorado foi a criação de riqueza e valor pela cooperativa. “Trabalhamos com o propósito de formação e educação para promover transformação, visando um futuro mais humanizado, pois temos que pensar no futuro, no bem-estar dos funcionários, da nossa comunidade. Formar é a parte técnica e educar é dar conhecimentos dos valores, são muito diferentes”.  Claude é enfático ao dizer que “uma cooperativa não pode pensar ser apenas um produto, mas em  ser um modelo de negócio de transformação”. 
  
Outro debatedor, brasileiro, mas que reside nos Estados Unidos foi Fábio Ribas Chaddad, Doutor em economia aplicada com título Financial Constraints in U.S Agricultural Cooperatives: Theory and Panel pela University Of Missori Columbia e atual, professor pesquisador na University Of Missori-Culumbia EUA. Chaddad falou do Instituto de Educação Executiva para Lideranças Cooperativistas em que trabalha nos Estados Unidos, “que é fundamentado em pesquisas acadêmicas, com foco na complexidade de dirigir, administrar e governar cooperativas de agronegócio”. Ponderou que “não há sustentabilidade e desenvolvimento sem um forte investimento em educação”.  
 
Da Espanha, a mesa foi composta por dois representantes. Mikel Lezamiz, que é diretor de difusão cooperativista da Mondragón Corporación Cooperativa – MCC e formado em Ciências Políticas e Sociologia, também enfatizou o papel da educação nos negócios cooperativistas. São 15 centros tecnológicos em Mondragén, sendo 4 faculdades. “Temos grandes desafios e um deles é manter os valores do cooperativismo e transformar as plantas de nossas cooperativas em outros países em cooperativas, como as que temos aqui no Brasil, por exemplo, e só através da educação e pesquisa é que vamos encontrar soluções para esses desafios”.  
 
O também espanhol Jose Pérez, da Fundación Espriu, de Barcelona, também foi enfático ao eleger a educação como “base para assegurarmos a cultura do cooperativismo”.  A Fundação Espriu é uma entidade privada sem fins lucrativos e tem como principal objetivo promover, difundir e desenvolver a saúde mais abrangente. Para ele, a “cooperativa tem sempre que trabalhar, visando um mundo melhor”.  
 
O presidente do Sistema OCB/MS e diretor do Sistema OCB Nacional, Celso Ramos Regis, avaliou como positiva a discussão da educação. “Gostei muito dos debates e das experiências que têm cada país, sempre com um foco único que é de fazer a educação e formação das pessoas”. Ele lembra que “um dos debatedores falou sobre o diferencial que existem entre formar e educar, realmente isso marcou para mim e temos que levar isso para todas as cooperativas, buscar a convergência desses dois temas formação e educação e  fazer com que as pessoas entendam mais a parte educacional e formação profissional no empreendimento e o negócio cooperativo”.
 
Para a Gerente do Sescoop, Karla Oliveira, que veio de Brasília para participar do evento, disse que “a grande reflexão que fica dessa mesa redonda é a importância da educação como sendo uma poderosa ferramenta de transformação, nessa transformação tão necessária e importante para que a gente possa cumprir com o grande proposito, que é o de apoiar a promoção e o desenvolvimento das cooperativas”. 
 
O Vice-presidente do Sistema OCB/MT, João Carlos Spenthof, também avaliou como “um evento altamente oportuno, principalmente nesse momento em que se discute a criação de nosso Instituto de Educação, e conhecer as experiências internacionais e entender qual é o foco das grandes corporações, como estão organizadas, principalmente na formação de seus executivos, na formação cooperativista é muito bom”. Ele pondera que “realmente nos temos que estudar todos esses modelos para ver como nos vamos estruturar nosso Instituto, como vamos trabalhar a formação aqui dos nossos dirigentes dos nossos executivos, dos nossos técnicos, para que o  cooperativismo de Mato Grosso possa se desenvolver ainda mais”. 
(Fonte: Sistema OCB/MT)
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