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Cooperativa muda vida de produtores rurais do Itamarati

Data: 14/06/2012 00:00

Com a Cooperafi, preço do leite do assentamento valorizou 133% e a produção cresceu 365%

Osvaldo Júnior
“O leite da vaca é o que entra pela boca”, ensina Aldo Pignata, 58 anos, enquanto observa seu pequeno rebanho se alimentar de ramas de cana-de-açúcar, usadas como complemento da dieta. O olhar é de satisfação, de quem sente o trabalho reconhecido após anos de subvalorização do principal produto da propriedade de cinco hectares: o leite. Aldo faz parte de um grupo de 350 produtores do assentamento Itamarati, em Ponta Porã, fronteira com o Paraguai, que passou a receber, de um mês para outro, mais que o dobro pelo litro do produto – de R$ 0,30 para R$ 0,70 em média.”


O salto de 133% no valor do leite e, por decorrência, no rendimento dos pequenos produtores do assentamento se deve ao cooperativismo. Eles integram a Cooperativa dos Agricultores Familiares do Itamarati (Cooperafi), que possibilitou maior competitividade à produção local – a cooperativa foi criada em 2010 e tem, hoje, sede própria e quatro funcionários no setor administrativo. “Só conseguimos preços melhores, porque comercializamos em grande quantidade”, afirmou o presidente da entidade, Jacob Alberto Bamberg.


Jacob partilhou a experiência da Cooperafi durante o chamado ciclo de palestras, ação realizada em parceria pela Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural (Agraer) e a Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB)- no assentamento Itamarati, o evento ocorreu em 31 de maio. “Estou admirado: em pouco tempo conseguiram avançar tanto assim”, comentou Helmut Egewarth, gerente geral da OCB, após a fala de Bamberg.


A admiração de Egewarth se justifica pelos números da Cooperafi: em menos de um ano, a produção disparou em 365%, de 43 mil para 200 mil litros por mês, e a quantidade de produtores cooperados subiu 360%, de 76 para 350. Com esse avanço, a cooperativa consegue bons preços e paga aos assetados valor acima do praticado no mercado- por cada litro de leite, aos produtores recebem cinco centavos a mais que o preço estipulado pelo Conseleite. Em abril, por exemplo, os assentados comercailizaram o litro de leite por R$ 0,72 e o valor pelo Conseleite era de 0,67.


“Cooperativismo não é assistencialismo. A cooperativa tem sempre fim econômico: não tem finalidade assistencialista. Ela corrige o social através do econômico”, afirma Egewarth.

Fonte: Correio do Estado

 

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